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Campo Grande, quinta-feira, 01 de fevereiro de 2024.

Moradores na “favelinha” localizada na Avenida Guaicurus relatam o medo do local no período de chuva

Por Gilson Giordano em 22/12/2017 às 07:12

Construídos sem nenhuma estrutura, a cada chuva que aumenta a correnteza do Córrego Bálsamo, os barracos são levados (Foto: Campo Grande News)

É sempre assim. À medida que o tempo fica nublado aumenta a tensão de algumas famílias que moram no prolongamento da Avenida Guaicurus, próximo à entrada para o Conjunto Habitacional Universitária II, na rgião do Anhanduizinho, aonde residem aproximadamente cinco famílias e todas com crianças pequenas.

Antes, morava apenas um casal que catava material para reciclagem, mas aos poucos o local foi se tornando “habitável” e outros foram também chegando e construindo os barracos de pau-a-pique e sem nenhuma estrutura e hoje, o local é habitado por umas cinco ou seis famílias, que se sem condições encontraram ali, o local para viver, ainda que sob o perigo constante, mas sem opção acabaram ficando por ali mesmo.

Morando nas casas sem nenhuma estrutura e espremida entre a Avenida Guaicurus, uma das movimentadas e nos fundos o Córrego Bálsamo, as mulheres tidas como “esteio” da casa, ficam com o nervo a flor da pele temendo pelo pior, pois conforme a quantia de água que desce, o córrego normalmente enche e chega a transbordar e invariavelmente quando isso acontece, elas acabam perdendo boa parte dos pertences, principalmente roupas e mantimentos.

As histórias relatadas pelas moradoras são iguais e o despejo de outras casas é o ponto comum entre elas, que pelo fato de não conseguirem pagar os alugueis, foram despejadas e a saída encontrada foi a construir um “barraco” à beira do Córrego Bálsamo e bem próximo ao intenso trânsito da Avenida Guaicurus.

O perigo é duplo pelo fato de todas elas terem filhos pequenos e com idade variando dos três aos nove anos que ficam praticamente “presos” durante o dia, por falta de espaço onde brincar.

Além dos despejos vividos por elas, outro fato em comum é também a construção dos barracos sem nenhuma estrutura e boa parte deles é de papelão, zinco, um ou outro pedaço de tábua, aumentando ainda mais a preocupação em dias de chuva, tal como o atual momento vivido na Capital de MS. Onde tem chovido continuamente.

De forma uníssona, as mulheres – chefe das casas – lamentam a situação e em coro garantem que gostaria de sair do local. Mas na mesma proporção também pergunta: “Mas ir para onde?” Se interrogam, para em seguida revelar que muitas delas nem trabalhando estão e elas sabem que sair do atual local indo para um mais seguro, terão despesas com aluguel, água luz, contas essas que foram as vilãs num passado recente e fizeram-na perder as antigas moradias por falta dos tais pagamentos.

Interrogada, a Defesa Civil, através do Chefe da Divisão de Operações reconheceu que a situação além de ser difícil é também preocupante, pelo fato de o local apresentar toda precariedade, no entanto, ele reconhece que no momento nada pode ser feito, pois a remoção é impossível, pelo fato de não ter para onde levar as famílias que vive sob o medo da chuva, da enchente do córrego e do trânsito na Avenida Guaicurus.

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